Quando eu comecei a pensar a inovação de uma forma mais concreta dentro das compras públicas, me dei conta de que isso não é para qualquer um. Verdade seja dita, não é uma questão de ser melhor ou pior, é uma questão de perfil. Então, fui tentar entender quem é esse cara, o inovador, o “Comprador Público 4.0”, e como encontra-lo.
Nessa pequena jornada, me deparei com nomes como hacker, hyper, hypster, hustle, que batizam os principais perfis dos profissionais da inovação encontrados nas startups. Pra resumir, ser um desses 4 agás significa conseguir resolver problemas complexos de forma inteligente, trafegar em diferentes áreas do negócio, compreender caminhos possíveis, entender problemas e usar a criatividade para resolvê-los. Profissionais com esses perfis sabem conectar e provocar, ou seja, combinar as coisas e transformá-las em algo novo, sem aceitar, simplesmente, os fatos como são. Pessoas assim também existem no serviço público, aos montes. Mas, com menos espaço e estímulo para usar suas habilidades, acabam não se percebendo ou não sendo percebidas como agentes motores da inovação.
Pensemos nisso considerando um cenário: imagine que você é um pregoeiro e sua vida está um inferno porque, ultimamente, não há um pregão sequer sem impugnação. O tempo da licitação aumentou e já está arranhando a imagem da organização. Você sabe que o problema está nos termos de referência e que a verba para capacitação é zero. O que você faz?
Tudo bem, a opção de seguir firme no Rivotril e tentar uma licença para tratamento de saúde é válida, rsrs! Mas, o que quero saber é se você aceitou a provocação e já começou a pensar no problema sob diferentes ângulos, querendo encontrar uma solução, porque, neste caso, VOCÊ pode ser o “dito cujo”!
Topa um pequeno desafio-teste? Encontre algo que te incomoda nas contratações da sua organização, nada de muito complexo, mas que possa ser resolvido com recursos próprios. Converse com pessoas que você ache que podem contribuir para a formação de uma ideia, mas não se restrinja a quem pensa igual a você. Tente engajá-las nesse processo de descoberta. Olhe para fora, para o que os outros fazem. Pesquise, estude, solte as amarras, use a criatividade. Mantenha a mente aberta para a mudança. Se encontrar uma solução provável, compartilhe. Não tenha vergonha. Discuta de novo, volte atrás, ceda no que for preciso. E veja no que vai dar… Eu, daqui, fico na torcida, mas já na certeza de que muita coisa boa pode acontecer!